Top 5 razões pelas quais os frangos são rejeitados no matadouro e que medidas tomar
Cada carcaça de frango processada no matadouro conta uma história sobre a vida da ave no aviário. Embora os avicultores geralmente se concentrem em métricas de desempenho como a taxa de crescimento, o índice de conversão alimentar (ICA) e a saúde geral, é durante o processamento que a qualidade da carne e os problemas de saúde ocultos se revelam.

Taxas de rejeição de carcaças superiores a 2% não só indicam ineficiências no ciclo de produção, como também resultam em perdas financeiras e possíveis preocupações regulatórias em determinados mercados. Nos Países Baixos, por exemplo, o custo de produção de frangos convencionais é de aproximadamente MZN 69.12/kg (em 2021, segundo a LTO.nl). Isto significa que uma taxa de rejeição de 2% resulta numa perda de investimento de MZN 1382.46/tonelada na produção de frangos, sem contar com o lucro perdido. Na Alemanha (de acordo com o Geflügel Jahrbuch, 2025), estes custos são semelhantes, rondando os MZN 66.18/kg, resultando numa perda de MZN 1323.64 /tonelada. Compreendendo as principais causas de rejeição e implementando medidas nutricionais e de gestão adequadas, os produtores podem reduzir significativamente as perdas e melhorar o desempenho geral do lote.
Abaixo estão cinco causas comuns de rejeição de carcaças e as estratégias correspondentes para as resolver de forma eficaz.
1. Problemas de saúde
Doenças como polisserosite, sinovite, hepatite, pericardite, inflamação subcutânea e Ornithobacterium rhinotracheale (ORT) são frequentemente causas de rejeição no matadouro. No entanto, estas doenças são frequentemente infecções secundárias ou agravadas por práticas de gestão deficientes e baixa imunidade.
Estratégias nutricionais e de gestão recomendadas:
- Uma boa nutrição fortalece a resistência a doenças, através da optimização do perfil de aminoácidos e inclusão de vitaminas essenciais.
- Apoiar a saúde intestinal com rações pré-iniciais e iniciais equilibradas, complementadas com aditivos funcionais que promovem uma microbiota saudável, a integridade do epitélio e da camada de muco.
- Priorizar a higiene da água e garantir o acesso equitativo à água e à ração para todas as aves.
2. Defeitos na qualidade da carne
Defeitos como carne pálida, mole e exsudativa (PSE), peito lenhoso (woody breast), estrias brancas, carne tipo esparguete e miopatia peitoral profunda (DPM) estão associados a taxas de crescimento aceleradas devido à seleção genética. Estes problemas comprometem a eficiência do processamento e a qualidade do produto final.
Estratégias nutricionais e de gestão recomendadas:
- Fornecer níveis equilibrados de lisina, metionina, treonina e triptofano digestíveis para promover o desenvolvimento muscular saudável.
- Incluir ácidos gordos ómega-3 para reduzir a inflamação.
- Suplementar com antioxidantes como vitamina C termoestável, vitamina E e polifenóis para combater o stress oxidativo.
- Fornecer zinco e magnésio para reparação muscular e função metabólica.
- Garantir transições suaves entre tipos de ração para evitar flutuações de ingestão que possam causar distúrbios musculares.
3. Lesões durante a apanha e transporte
Fraturas nas pernas ou asas ocorrem frequentemente devido a lesões mecânicas, relacionadas com densidades de lotação elevadas (> 40 kg/m³) ou manuseamento inadequado durante a apanha, carregamento e transporte.
Estratégias nutricionais e de gestão recomendadas:
- Reforçar a estrutura óssea com níveis adequados de vitamina D, cálcio e fósforo.
- Suplementar com triptofano para reduzir o stress e agitação durante a captura e transporte.
- Rever e melhorar os protocolos de apanha, especialmente durante períodos críticos como carga diurna ou temperaturas elevadas.
4. Problemas relacionados com o ambiente
Dermatite plantar, bolhas peitorais e arranhões na pele resultam, em grande parte, de condições inadequadas de alojamento, como cama húmida, ventilação deficiente e sobrelotação.
Estratégias nutricionais e de gestão recomendadas:
- Ajustar os níveis de proteína bruta e melhorar a qualidade das matérias-primas para reduzir a humidade da cama.
- Balancear eletrólitos, substituindo o cloreto de sódio por bicarbonato ou sulfato de sódio.
- Reavaliar o conteúdo de potássio nas rações, especialmente quando há elevada inclusão de soja.
- Melhorar a gestão da cama, optimizar a ventilação e prevenir variações de temperatura para minimizar o risco de dermatites e danos na pele.
5. Qualidade dos pintos e nutrição inicial
Problemas iniciais como má formação das pernas e falta de uniformidade do lote resultam muitas vezes de nutrição inadequada nos primeiros dias ou stress durante o manuseio e transporte desde a incubadora.
Estratégias nutricionais e de gestão recomendadas:
- Avaliar a qualidade dos pintos na chegada e adaptar a alimentação e as condições de aquecimento conforme necessário.
- Oferecer rações pré-iniciais de alta qualidade e ricas em fibra para apoiar o desenvolvimento intestinal nos primeiros dias críticos.
- Monitorizar as tendências de crescimento iniciais e ajustar a densidade e forma da ração para promover um desenvolvimento consistente e evitar tensão muscular.
A prevenção começa no aviário
As rejeições na linha de abate refletem desafios que surgiram mais cedo no ciclo de produção. Através da monitorização dos padrões de rejeição e da adoção de medidas corretivas com base em dados, os produtores podem melhorar os resultados económicos, o bem-estar das aves e reduzir as perdas nos lotes futuros. A Abordagem Avícola De Heus integra avaliações no aviário, conhecimento nutricional e apoio prático para combater as causas profundas das rejeições.
Grupo de nutrientes – Forma de atuação e produtos sugeridos
Grupo de Nutrientes |
Nutriente |
Função |
Produtos Sugeridos |
Aminoácidos |
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Ácidos gordos |
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Vitaminas e minerais |
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Aditivos para rações |
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