Top 5 razões pelas quais os frangos são rejeitados no matadouro e que medidas tomar

11 junho 2025
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5 minutos

Cada carcaça de frango processada no matadouro conta uma história sobre a vida da ave no aviário. Embora os avicultores geralmente se concentrem em métricas de desempenho como a taxa de crescimento, o índice de conversão alimentar (ICA) e a saúde geral, é durante o processamento que a qualidade da carne e os problemas de saúde ocultos se revelam.

Taxas de rejeição de carcaças superiores a 2% não só indicam ineficiências no ciclo de produção, como também resultam em perdas financeiras e possíveis preocupações regulatórias em determinados mercados. Nos Países Baixos, por exemplo, o custo de produção de frangos convencionais é de aproximadamente MZN 69.12/kg (em 2021, segundo a LTO.nl). Isto significa que uma taxa de rejeição de 2% resulta numa perda de investimento de MZN 1382.46/tonelada na produção de frangos, sem contar com o lucro perdido. Na Alemanha (de acordo com o Geflügel Jahrbuch, 2025), estes custos são semelhantes, rondando os MZN 66.18/kg, resultando numa perda de MZN 1323.64 /tonelada. Compreendendo as principais causas de rejeição e implementando medidas nutricionais e de gestão adequadas, os produtores podem reduzir significativamente as perdas e melhorar o desempenho geral do lote.

Abaixo estão cinco causas comuns de rejeição de carcaças e as estratégias correspondentes para as resolver de forma eficaz.

 

1. Problemas de saúde


Doenças como polisserosite, sinovite, hepatite, pericardite, inflamação subcutânea e Ornithobacterium rhinotracheale (ORT) são frequentemente causas de rejeição no matadouro. No entanto, estas doenças são frequentemente infecções secundárias ou agravadas por práticas de gestão deficientes e baixa imunidade.

Estratégias nutricionais e de gestão recomendadas:

  1. Uma boa nutrição fortalece a resistência a doenças, através da optimização do perfil de aminoácidos e inclusão de vitaminas essenciais.
  2. Apoiar a saúde intestinal com rações pré-iniciais e iniciais equilibradas, complementadas com aditivos funcionais que promovem uma microbiota saudável, a integridade do epitélio e da camada de muco.
  3. Priorizar a higiene da água e garantir o acesso equitativo à água e à ração para todas as aves.

 

2. Defeitos na qualidade da carne

Defeitos como carne pálida, mole e exsudativa (PSE), peito lenhoso (woody breast), estrias brancas, carne tipo esparguete e miopatia peitoral profunda (DPM) estão associados a taxas de crescimento aceleradas devido à seleção genética. Estes problemas comprometem a eficiência do processamento e a qualidade do produto final.

Estratégias nutricionais e de gestão recomendadas:

  • Fornecer níveis equilibrados de lisina, metionina, treonina e triptofano digestíveis para promover o desenvolvimento muscular saudável.
  • Incluir ácidos gordos ómega-3 para reduzir a inflamação.
  • Suplementar com antioxidantes como vitamina C termoestável, vitamina E e polifenóis para combater o stress oxidativo.
  • Fornecer zinco e magnésio para reparação muscular e função metabólica.
  • Garantir transições suaves entre tipos de ração para evitar flutuações de ingestão que possam causar distúrbios musculares.

3. Lesões durante a apanha e transporte

Fraturas nas pernas ou asas ocorrem frequentemente devido a lesões mecânicas, relacionadas com densidades de lotação elevadas (> 40 kg/m³) ou manuseamento inadequado durante a apanha, carregamento e transporte.

Estratégias nutricionais e de gestão recomendadas:

  • Reforçar a estrutura óssea com níveis adequados de vitamina D, cálcio e fósforo.
  • Suplementar com triptofano para reduzir o stress e agitação durante a captura e transporte.
  • Rever e melhorar os protocolos de apanha, especialmente durante períodos críticos como carga diurna ou temperaturas elevadas.

4. Problemas relacionados com o ambiente

Dermatite plantar, bolhas peitorais e arranhões na pele resultam, em grande parte, de condições inadequadas de alojamento, como cama húmida, ventilação deficiente e sobrelotação.

Estratégias nutricionais e de gestão recomendadas:

  • Ajustar os níveis de proteína bruta e melhorar a qualidade das matérias-primas para reduzir a humidade da cama.
  • Balancear eletrólitos, substituindo o cloreto de sódio por bicarbonato ou sulfato de sódio.
  • Reavaliar o conteúdo de potássio nas rações, especialmente quando há elevada inclusão de soja.
  • Melhorar a gestão da cama, optimizar a ventilação e prevenir variações de temperatura para minimizar o risco de dermatites e danos na pele.

5. Qualidade dos pintos e nutrição inicial

Problemas iniciais como má formação das pernas e falta de uniformidade do lote resultam muitas vezes de nutrição inadequada nos primeiros dias ou stress durante o manuseio e transporte desde a incubadora.

Estratégias nutricionais e de gestão recomendadas:

  • Avaliar a qualidade dos pintos na chegada e adaptar a alimentação e as condições de aquecimento conforme necessário.
  • Oferecer rações pré-iniciais de alta qualidade e ricas em fibra para apoiar o desenvolvimento intestinal nos primeiros dias críticos.
  • Monitorizar as tendências de crescimento iniciais e ajustar a densidade e forma da ração para promover um desenvolvimento consistente e evitar tensão muscular.


A prevenção começa no aviário

As rejeições na linha de abate refletem desafios que surgiram mais cedo no ciclo de produção. Através da monitorização dos padrões de rejeição e da adoção de medidas corretivas com base em dados, os produtores podem melhorar os resultados económicos, o bem-estar das aves e reduzir as perdas nos lotes futuros. A Abordagem Avícola De Heus integra avaliações no aviário, conhecimento nutricional e apoio prático para combater as causas profundas das rejeições.

Grupo de nutrientes – Forma de atuação e produtos sugeridos

 

Grupo de Nutrientes  

Nutriente  

Função  

Produtos Sugeridos  
Aminoácidos  
  1. Lisina, metionina
  2. Treonina  
  3. Triptofano
  4. Arginina  
  1. Desenvolvimento, reparação e integridade muscular
  2. Síntese de proteínas, manutenção, saúde intestinal
  3. Síntese de proteínas e redução do stress
  4. Componente proteico, essencial em situações de stress térmico  
  1. Produtos de soja e girassol, aminoácidos sintéticos isolados
  2. Aminoácidos sintéticos isolados
  3. Aminoácidos sintéticos isolados
  4. Aminoácidos sintéticos isolados
Ácidos gordos  
  1.   Ómega-3  
  1. Anti-inflamatório, promove a saúde muscular  
  1. Óleo de peixe, linhaça  
Vitaminas e minerais
  1. Vitamina D     
  2. Zinco  
  3. Magnésio        
  1. Metabolismo de cálcio, função muscular, desenvolvimento ósseo Vitamina Hy D3 (sintética), Panbonis (natural)
  2. Síntese e reparação de proteínas Sulfato de zinco, óxido de zinco
  3. Manutenção muscular, metabolismo energético, redutor de stress Sulfato, óxidos ou sais de magnésio
  1. Vitamina Hy D3 (sintética), Panbonis (natural)
  2. Sulfato de zinco, óxido de zinco
  3. Sulfato, óxidos ou sais de magnésio
Aditivos para rações  
  1.   Enzimas  
  1. Melhor digestibilidade dos ingredientes da ração e maior aproveitamento  
  1. Fitases, xilanase, glucanase, protease